segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ora aqui está a notícia de que estava à espera!!!!



No meio deste ambiente depressivo, temos que encontrar detalhes do quotidiano que, de alguma forma, surjam como promessa de pequenas alegrias (ou de grandes felicidades, já agora). Ainda bem que há fundos para pesquisas científicas e pessoas suficientemente empenhadas para as desempenhar, pois são elas que nos proporcionam boas notícias. Eu cá aprovo o desenvolvimento de estudos que promovam a nossa qualidade de vida e este é mesmo aquele que eu - há anos - gostava de conhecer. De facto, já me tenho questionado muitas vezes: mas porque diabo ficamos com o cabelo branco? Na minha cabeça, que já os tem a branquejar desde os 18 anos, isto não estava apenas relacionado com o passar do tempo e agora os homens da ciência parece que descobriram o antídoto. É de celebrar. Até porque o tempo que nos poupa nas idas atrozes ao cabeleireiro pode ser rentabilizado noutras coisas. Jogar Nintendo, por exemplo: parece que a Zelda para a 3DS sai a 31 de dezembro. Ah, espera, posso jogar no cabeleireiro. Hmmm........

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Convicções


Eis alguém que acredita que se deve usar muitos acentos!

sábado, 27 de abril de 2013

Eis a primavera

Este ano de 2013 tem sido medonho... Nem ouso pegar na minha VanVan para dar uma voltinha temendo o pior. Esta semana, numa das minhas passeatas pela Madalena, tive a triste surpresa de ter o meu carrinho assaltado, com direito a vidro partido e um milhão de caquinhos espalhados pelos bancos, pelo chão... Resolveu-se, quase tudo tem solução, mas gostaria muito de dissipar os negatrons que tomaram conta da minha vida. Pelo menos, chegou a primavera e - ainda que ventosos - os dias já têm sol e céu azul.
 E aves que nos alegram.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Abril



APRIL is the cruellest month, breeding  
Lilacs out of the dead land, mixing  
Memory and desire, stirring  
Dull roots with spring rain.

T. S. Eliot The Wasteland

quarta-feira, 20 de março de 2013

Pulseira laranja

Eu não acredito em mau olhado. Quero continuar convicta de que tal coisa efetivamente não existe, no entanto, se houvesse uma empresa fumigadora de pragas e bruxarias, juro que a contratava. Tem acontecido de tudo um pouco e quase tudo mau. E pelo meio uma nova incursão às urgências do Pedro Hispano. Desta vez, calhou-me um médico romeno, que falava espanhol aportuguesado. Deve haver algum simbolismo nisto, mas confesso que me escapa, até porque ia dobradinha de dores e entendê-lo foi um esforço titânico. Pelo menos tenho um diagnóstico, o que em si é bastante inovador, se bem conheço as urgências hospitalares e já vou conhecendo algumas. Não tenho alunos no horizonte até dia 2 de abril, mas tenho nuvens negras e previsões de tormentas e outras antipatias climatológicas. Confesso que estou com alguma dificuldade em ver o lado positivo das coisas, mas ando a tomar pastilhas...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Não sei se tudo errei


Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som de suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais

As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri

Sophia de Mello Breyner - Navegações 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Há de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida



há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade 

Al Berto

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ai! Estou que nem posso!

Para já, testes para corrigir e aulas para preparar e telefonemas para fazer a pais de alunos faltosos e provas intermédias e avaliações da oralidade e visitas de estudo e torneios do desporto escolar... Tenho andado a reparar e tenho de tempo meu em média 3 horas por dia, para fazer compras e passear a cadela. As restantes são passadas na escola ou a preparar trabalhos para a escola. Já começo a trocar palavras e nem sempre o meu discurso é muito coerente. Quais 35 horas de trabalho por semana!!! Tenho tido umas pequenas pausas ao sábado e olha lá. Consolo o pensamento projetando as coisas boas do futuro. Roland Garros, Star Trek e férias!!!!!

Dias até 29 de maio - 100
Dias até 6 de junho - 107 dias
Dias até 29 de julho - 159

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Abrenúncio!

Foi o último Murakami que li. Penei durante o 1Q84, que carreguei o verão todo junto com a tolha de praia. Cheguei ao fim e achei que faltava uma parte a esta trilogia, pois ficou quase tudo por encerrar. Já sei que podemos fazer trinta mil leituras, mas não se escrevem perto de 1500 páginas (na edição portuguesa), para deixar sei lá quantas pontas soltas. O Sputnik meu amor teve apenas uma vantagem: por momentos levou-me de volta para uma ilha grega, sob o sol do Mediterrâneo e aquelas noites tão cheias de estrelas que parece impossível não se ser feliz. Depois acabou como sempre: de forma incoerente. Murakami nunca mais!!
Agora ando às voltas com o João Tordo: Hotel Memória. Não conheço Nova Iorque e vou andando pelas ruas transportada por um estranho protagonista. A narrativa é fluída e o estilo é despojado. É uma leitura fácil e um livro difícil de pousar. Tenho à minha espera O Bom Inverno. Este é em Budapeste e de Buda tenho boas recordações... De Murakami não!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Coisas que deixam um vaziozinho...


Confesso que, nos últimos tempos, tenho lido pouco e quase exclusivamente policiais da Patricia Cornwell e a gigantesca trilogia 1Q84 do Murakami. Tenho guardado o esforço da leitura para as teorias sobre a coordenação da Johannessen ou da Zhang, que exigem de mim um esforço titânico e, para relaxar, conduzo o Link, de masmorra em masmorra, até salvar a sua Zelda. Já dei cabo do Ocarina of Time na 3DS e estou a terminar a Skyward Sword, na WII. Ultimamente, contudo, voltei aos livros.
Tenho uma amiga que diz que eu tenho a mania das escritoras espanholas. De facto, já li vários da Lucia Etxebarría, gostava de ler mais de Cristina Lopez Barrio e acabei agora o “Lágrimas na Chuva”, de Rosa Montero. Este título chamou-me imediatamente a atenção, pois integra o antológico e clássico solilóquio – que obviamente sei de cor – do final de Blade Runner. A obra de Montero recupera os replicants, num mundo futurista, e cria um narrador omnisciente, capaz de aceder aos pensamentos mais íntimos da protagonista, Bruna Husky. Quase como o omãa com quem ela se cruza. Demorei a identificar-me com esta personagem, embora seja certo que, pelo meio, tive que ler o “Capitães de Areia”, para o CNL (obra que abomino e que foi mesmo um teste de caráter!), mas a verdade é que, mais para o meio da intriga me custava bastante ter que abandonar a Bruna à sua sorte a meio de uma página. Agora já sei o que lhe aconteceu e acho que efetivamente o mote da Tyrell Corporation se aplica a esta personagem: “mais humanos que os humanos”. E isso faz com que a narrativa, o universo e as personagens tenham, de súbito, desaparecido da minha existência apenas humana e me deixem assim um vaziozinho quotidiano… Há livros assim.
Arranquei com o “Sputnik, meu amor”, do Murakami. Pensei que me ia custar entrar num novo universo, mas aquilo derrete-se como manteiga num pão quente. Já conheço as personagens e estou a gostar bastante da estratégia narrativa de colocar um narrador autodiegético e subjetivo, que conta a história de um modo casual. O início é surpreendente, vamos ver o fim, pois como diz Murakami: vocês nunca entendem o final dos meus livros.