quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ai os exames!...


Finalmente acabei de corrigir a pilha de Exames Nacionais que fizeram o favor de me atribuir. Não via o fim àquilo... Entregues, uma sensação de alívio e de dever cumprido e toca de ir cachar. Um fim de dia de Verão muito simpático, GPSs mais ou menos afinados e quatro caches. Hehehehe!
Amanhã, praia, queles deram chuva pra sexta. Ai, ai!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A minha primeira cache :)


Esta foi uma procura perfeitamente desorientada. Ainda assim, ao longo de mais de 4 horas, deu para calcorrear alguns quilómetros dos caminhos de Santiago e ver algumas espécies de aves menos recorrentes pelo Porto.
Segunda tentativa. Uma bonita paisagem, mas nada. Muitos Kms e algum desânimo.
Muitas horas depois, AHA!!!!

Coisas extraordinárias

Quase 10 horas de jogo! 59-59 no último set! Caramba…




quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dia de Exame Nacional

Exame Nacional de Português.
Espero que os meus cachopos se lembrem de pôr as vírgulas e os acentos todos nos lugares certos. E que alguns não se esqueçam de levar caneta... ou que acordem a horas. Todos eles sabem ler e escrever - continuo sem abdicar disso - e por isso acho que vão ter sucesso. Tirando isto, concordo plenamente com a minha homónima, pois a verdade é que aplico os Exames Nacionais a turmas do 11º ano que os acham fáceis. Aquilo não testa os conhecimentos, é só uma maneira de fazer uma lista graduada.

domingo, 13 de junho de 2010

Equus asinus


O burro é uma espécie em vias de extinção. O que é uma pena, pois parece que é um animal inteligente e meigo. Durante séculos, acompanhou o homem, ajudando-o, sobretudo nos trabalhos agrícolas, e agora a implementação da maquinaria tornou-o irrelevante e, para variar, foi abandonado. Para a preservação da espécie, em particular da Raça Asinina de Miranda, que a União Europeia entendeu ser uma espécie protegida, o Estado concede subsídios a todos os que adoptarem e tratarem destes bichinhos. Contribuir para a manutenção biodiversidade do nosso planeta é um dever de todos nós, pelo que acho bem. Há contudo uma espécie de burro que, no meu entender, nós não deveríamos preservar.
Ao contrário do Equus Asinus, este não é inteligente nem meigo. É uma criatura de maus modos, que responde em linguagem vicentina sempre que interpelada sobre o seu comportamento. Não ajuda o homem, vandaliza e destrói, sempre que pode e, no meu entender, não deveria ser uma espécie a financiar no sentido de contribuir para a sua conservação. Mas é. Os cursos de formação profissional e os de educação e formação de adultos são uma forma de subsidiar uma espécie diferente de equus asinus, cuja preservação contraria toda a lógica. Os "estudantes" que os frequentam são os alunos do insucesso, os maus alunos, aqueles que não aprendem e, na maioria dos casos, não querem aprender. Não adianta perder tempo a descrever uma situação e um conjunto de comportamentos que são indescritíveis, vale a pena somente dizer que estes alunos, assim que passam para a formação profissional, deixam de ter insucesso, ainda que muitas vezes nem às aulas venham. É uma coisa fabulosa. E são milhares de alunos, mais do que os burros, coitados, que até estão quase extintos.


Já dei formação profissional em empresas, em centros de formação, em escolas de formação.... A atitude dos jovens formandos e o comportamento dos directores de todas as instituições foi sempre coerente com a ideia da educação para o mundo do trabalho, coisa que não acontece nas escolas públicas. Sei de casos de alunos que se inscrevem em determinados tipos de curso para conseguirem obter classificações superiores àquelas que obteriam nos cursos regulares. Com um explicador, conseguem fazer o Exame Nacional da disciplina específica para aceder à Universidade e, com este esquema, ultrapassam centenas de colegas que seguem a via de prosseguimento de estudos, onde, apesar de tudo, o ensino ainda tem alguma exigência. Estes jovens não pagam rigorosamente nada. Nem materiais, nem propinas, nem visitas de estudo. Nada. Há outros alunos que andam dois ou três anos a arrastar-se e a infernizar a vida de colegas, professores e funcionários e depois mudam de curso e passam mais dois ou três anos de subsídio a infernizar outros colegas, outros professores e outros funcionários. São milhares destes espécimes e a contagem tende a crescer, pois funcionam como estímulo para outros.
Ouvi, aqui há anos, que é o dinheiro da Formação Profissional que sustenta, em grande parte, o ME. Não sei se é verdade, ou não. Há um conto tradicional de que gosto muito, que narra a história de um príncipe que nasceu com uma anomalia genética: orelhas de burro. Este segredo foi muito bem mantido e só o barbeiro real, por força da profissão, o conhecia. Como manter um segredo é das coisas mais difíceis para a humanidade, o barbeiro cavou um buraco e berrou lá para dentro o seu segredo, ficando mais aliviado e enterrando para sempre a verdade sobre as orelhas do filho do monarca. Só que sobre o buraco cresceu um canavial, e as canas foram utilizadas para fazer flautas, mas só tocavam uma música, que dizia "o príncipe tem orelhas de burro...". Se ainda há segredos neste país, as canas não devem tardar, talvez fiquemos a saber que príncipes têm que orelhas. Se é que isso interessa a alguém. Se calhar não, é mais mutante, menos mutante...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Camões, dia dela




"Dogs are our link to paradise. They don't know evil or jealousy or discontent. To sit with a dog
on a hillside on a glorious afternoon is to be back in Eden, where doing nothing was not boring - it was peace."

Milan Kundera


domingo, 6 de junho de 2010

Entropia

(Visita de estudo à jazida paleontológica de Canelas, Arouca,
coisas estúpidas que se fazem na escola)
O Universo está repleto de coisas incompreensíveis e esta notícia apresenta mais uma delas. Eu, pelo menos, que sou professora há vinte anos, já lidei com milhares de alunos, passei por sucessivas reformas, tento sempre perceber a lógica das medidas do ME, não consigo entender isto. Ou melhor, a única lógica que consigo entrever nesta ideia é a possibilidade de passar mais diplomas do Ensino Básico. Consideremos a proposta, devagarinho...

O aluno X teria de repetir o 8º ano, porque, apesar dos milhões de Aulas de Apoio, de Planos de Recuperação, Serviços de Tutoria, aconselhamento de psicólogos e outros mecanismos que a escola utiliza à exaustão para evitar o insucesso, nunca trouxe um livro para a escola, senta-se e dormita durante as aulas e, por exemplo, na minha disciplina, na qual dei 130 aulas, faltou a mais de 40, o que me obrigou à sucessiva implementação de medidas correctivas e provas de recuperação (tenho casos destes, tenho, e estou numa das melhores escolas do país, que fará nas outras!!). Pois X vai reprovar no 8º ano.. Bem, quer dizer, poderá ter um bónus: faz um conjunto de exames e pode - ó maravilha da nossa época - saltar um ano inteirinho, ir directo para o 10º. Faz sentido, quer dizer, ele já pouco vinha, deixa de vir de todo, pouco fazia, agora não terá de fazer nada. Poupa-nos imensas provas de recuperação, o que é positivo. Acho bem. É uma boa ideia. Claro que um aluno que reprova no 8º ano tem se ser mesmo mesmo mesmo muito mau. É evidente que fazer exames com conteúdos de uma ano lectivo à frente do seu é fácil para ele. Vai brilhar. E melhor ainda: a chegada ao 10º ano vai ser um sucesso. Está preparadíssimo. Aliás, durante todo o tempo em que trabalhou para o chumbo no 8º ano, já tinha em mente o Ensino Secundário, onde poderá continuar a faltar e a não fazer nada. Parece que também há uns exames no fim.
Agora o aluno Y, trabalhador, empenhado e assíduo. Tem média de 5, mas como é estúpido vai ter de passar pelo 9º ano. Bem feita! Quem o manda ser bom aluno, se fosse uma nódoa podia saltar um ano.
Quem é que tem estas ideias?! E para que servem?! Há gajos que recebem para produzir estas sugestões? É para isto que eu pago tantos impostos?

Eu tenho uma teoria, que aliás partilho com Fernando Pessoa: é do caos que nasce a ordem e caos maior do que aquele que tem vindo a ser instaurado no Ensino Público não pode haver. É no que dá pôr engenheiros a gerir as coisas. Ponham-nos a fazer pontes, mas não para o futuro, por favor.