
sábado, 16 de janeiro de 2010
Cartões e outras complicações

domingo, 10 de janeiro de 2010
Aleluia!!!!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Agora de Alexandria

Ontem calhou ir ver o “Agora”. Não sabia nadinha sobre o filme, mas uma amiga tinha-mo recomendado, com o argumento subjectivo de que era fabuloso e gostava de o ver outra vez. Não entendo porque carga de água ela o quer ver outra vez. É um filme que incomoda imenso, tem cenas violentíssimas e o pior é que a ideia de que foi há quase 2000 anos que tudo aconteceu não nos traz grande conforto.
A acção desenvolve-se em torno da Biblioteca de Alexandria, na altura da decadência do Império Romano e da ascensão do cristianismo, e foca uma mulher, que existiu deveras, chamada Hypatia, uma filósofa pagã, que tinha uma obsessão pelo saber que, de certa forma, endeusava. No meio do colapso de uma cultura e da ascensão de um poderio religioso que iria marcar o milénio que se seguiu, esta sábia preocupava-se com as rotas dos planetas e com a organização dos céus, avançando teorias que só seriam redescobertas 1200 anos mais tarde. Persistente como um cego teimoso. Não sei se a luminotécnica estava no seu melhor, porque não me abstraí do enredo. Não era possível. O fanatismo religioso dominou-me as retinas e os apedrejamentos de cristãos, judeus e romanos não me permitiram a constatação de particularidades linguísticas relevantes. Ok, corria o ano de 391, já tudo aquilo é pó e estou fartinha de saber que, vaga após vaga de catástrofes naturais e de exércitos de culturas diversas, a Biblioteca de Alexandria foi sendo destruída, até ao golpe final dado pelos Árabes. Mas há algo de obviamente actual naquilo tudo que perturba e que vai para além das evidentes tensões religiosas do nosso quotidiano: o desprezo pelo saber e pela vida que têm os fanáticos ignorantes, o desejo de poder que move os homens, a busca de respostas para os grandes e pequenos enigmas do universo e, sobretudo, a ideia de que tudo aquilo que nos separa uns dos outros não nos torna diferentes uns dos outros. Não há heróis nesta história e a Hypatia aconteceu aquilo que a História registou.

Por definição uma narrativa tem sempre uma moral. Eu não sei bem qual é a que “Agora” encerra, talvez não haja moral nenhuma, talvez seja, como diria Homer Simpson, “just a bunch of things that happened”, ou talvez esteja nas palavras de Davus, o escravo que se tenta encontrar como homem ao longo de todo o filme: “Fui perdoado e agora não consigo perdoar.” Ou nas sábias palavras de Camões: Ó grandes e gravíssimos perigos! Ó caminho de vida nunca certo: Que aonde a gente põe sua esperança, Tenha a vida tão pouca segurança! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme, e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno? Talvez isto justifique a visão da Terra a partir do espaço e todos os ângulos em picado. É que os cenários e os pormenores de realização não me escaparam… E não quero ver o filme outra vez. Já sei que as órbitas dos planetas são elípticas.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Ricardo Reis, Sophia, Startrek e Schwarzenegger

Ricardo Reis, o heterónimo da ataraxia, propõe uma filosofia de vida assente na calma contemplação do fluir dos eventos, sem esforço nem perturbações, pois somos impotentes perante a passagem do tempo, “o deus atroz/ que os próprios filhos/ devora sempre”. Em sua homenagem escreveu Sophia um poema belíssimo, que na minha humilde opinião convida à vida e não à contemplação:
Sim, “Jamais se detém Kronos”, esse deus atroz. Não o podemos combater. Quando Kronos ainda não tinha avançado tanto, eu era fã do Startrek, não cheguei a ser trekkie, mas andava lá perto, com cumprimentos como o popular “live long and prosper” ou o célebre “ka’plah” klingon. OK, OK, talvez não seja assim tão célebre. Apesar de o meu entusiasmo trekkie ter diminuído, continuo a encontrar nos recantos da minha memória pequenas frases de filmes e de episódios que corroboram muitas das filosofias de vida de autores consagrados, o que, a meu ver, comprova que a série até era uma coisa de gabarito. Uma delas ficou-me sempre no ouvido: “time is the fire in which we burn”, tirada de um poema de Delmore Schwartz e dita por Soran, que tentava combater esse deus atroz, ainda que para tal tivesse que destruir tudo o que existe. Não o conseguiu, evidentemente, o Capitão Kirk derrotou-o e salvou o universo, embora tenha morrido para o fazer. Ironias.
É realmente lamentável que Kronos não se detenha, porque os seus efeitos são absolutamente devastadores. E embora não adiante lutar, como diz Sérgio Godinho:

sábado, 19 de dezembro de 2009
There is no spoon!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Dias em que as coisas mudam

Sempre fiz praia em Gaia. Os meses de Verão foram passados, desde que me conheço, entre a Aguda e Salgueiros. Vou alternando as praias: ora Valadares, ora a Madalena, ora a Aguda... Há quem prefira uma, há quem prefira outra e eu, desde que seja na minha terra natal, posso ir para qualquer uma delas. Conheço-lhes as rochas, os contornos, os sítios onde se apanham mais beijinhos... Sei onde estão os surfistas, os jogadores de vólei, onde param os cães mais e menos agressivos, conheço as tábuas dos passadiços, por onde corro ao final do dia, quando a meteorologia o permite. Na minha memória tudo está sempre onde deve estar.
sábado, 5 de dezembro de 2009
O Google faz de nós estoopidos?
