segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Viva a rainha de Copas!!!!

Sócrates propôs que questionássemos a realidade. É inevitável fazê-lo de forma quotidiana, sobretudo se lermos jornais.

Não pretendo ter uma sabedoria universal que me permita entender todas as minudências cósmicas e até sou capaz de depositar alguma crença na existência de universos paralelos ou alternativos em que as leis são de outra índole, contudo há coisas nesta lusa pátria que me deixam pasmada.
É sabido que o povo português é de brandos costumes e que tirando um ou outro esquema de sobrevivência - a que agora se chama depreciativamente corrupção, mas que é uma tradição oriunda dos confins da ancestralidade portucalense - ninguém se chateia muito com nada. Não nos chateamos com política, não nos chateamos com finanças, a educação também não é pra chatear, o sistema nacional de saúde também não chateia muito, a gente lá se vai orientando, e até temos uma expressão bestial - que alguém fez o favor de me assinalar - que traduz o nosso nacional porreirismo e a nossa aceitação do caos: "não percebo nada, mas pronto". Assim, tirando as questões de futebol que inflamam os corações e que nunca percebi porquê, mas pronto, somos todos uns porreiros. Incultos, ignorantes, cada vez mais iletrados (não há relatórios externos que me convençam), mas porreiros. Agora o que eu não entendo mesmo e nem sequer encerro com o "mas pronto" é esta história dos blindados. Para que diabos precisa a PSP de blindados? Prevêem-se motins? Se nem para a dita Cimeira eles foram necessários, e ainda bem, porque a empresa não os forneceu atempadamente. Blindados para a Polícia de Segurança Pública? Para quê? Para ir na caça à multa? Para fazer vigilância à porta das escolas? É certo e sabido que, se a alma lusitana se revoltar, será fazendo umas vigílias, a cantar o "Grândola Vila Morena", a assar umas castanhas e a beber umas cervejas. Nada de motins à laia francesa, nem grega. O povo é sereno, como dizia o outro. Esta malta saberá o que anda a fazer?

A rainha de Copas é que tinha razão: "Cortem-lhes a cabeça!"

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