
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Porque me sinto Josef K.

Dou aulas há mais de 20 anos. Em 2004 – graças a um Mestrado – subi para o 8º escalão. Em 2005 congelaram-me. Quando me descongelaram – em 2008 – passei para o 6º escalão, porque entretanto mudaram a carreira e distinguiram professores titulares de professores. Eu era professora. Resultado: a minha progressão seria exclusivamente para o 1º escalão da carreira de titular, sujeita a vagas e à apresentação de um trabalho científico-pedagógico. Abriram uma aplicação para esse concurso em Agosto de 2009, mas nunca houve concurso.
Em 2010 publicaram um novo Estatuto – ou uma alteração ao antigo – e acabaram com os titulares. Agora há um 7º escalão, em Agosto de 2010 não havia. Podia ter subido em Outubro, mas não posso. Parece que tenho que pedir uma apreciação intercalar e depois ir para uma lista nominal qualquer a ser definida a nível nacional, algures num tempo impreciso. E se tiver aulas assistidas e Muito Bom ou Excelente evito a lista. Mas isso é a avaliação de 2007-2009, a época em que não existia 7º escalão e só subiria para titular com o tal trabalho, sendo irrelevante a classificação. Em 2009 não era relevante. Em Agosto de 2010 não era relevante. Agora é relevante. E eu não posso agora ter as aulas observadas e dizer que se reportam a 2007-2009?
Bem, desde que não me prendam…
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Bye bye Dementieva
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010
A mais bonita canção de amor de sempre
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Regresso às origens

sábado, 16 de outubro de 2010
Inspirações
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Vintage
domingo, 10 de outubro de 2010
Do desassossego

O “Livro do Desassossego” não é, em boa verdade, um livro. É um conjunto de fragmentos de ideias, sonhos, reflexões, questionações… Não há propriamente uma ordem para a sua leitura. Nele colhe-se uma ideia, descobre-se uma reflexão, pesca-se um sonho. Redigido por um insignificante ajudante de guarda-livros, revela-se uma pequena bíblia que pode (des)orientar um qualquer acólito.
O “Filme do Desassossego” tenta ambiciosamente apropriar-se destes escritos e, com um pequeno fio narrativo, apresenta-nos um Bernardo Soares que percorre melancolicamente as ruas de uma Lisboa sórdida e decadente, preso num interstício entre aquilo que é a realidade externa e aquilo que não é. Os seus pensamentos são os pensamentos de todos nós, e, portanto, qualquer um dos transeuntes pode articulá-los, ainda que não exista. Fadistas vagabundos e aciganados, gays, strippers, cocainómanos, sem-abrigo, vadios de taberna, miseráveis do high-life, não falta nada neste filme. É a tentativa de chegar à condição humana pela decadência da individualidade humana. Esta visão da cidade de Pessoa coincide com aquilo que eu sinto de cada vez que sou obrigada a lá ir: um antro de perversões, mais ou menos escondidas. Impossível a simpatia e a empatia. Se Soares recusa o colectivo, porque ele é uma prolixidade de eus, que vive a vida do lado de fora, até ser apenas aquele nada é, porque nada foi, eu recuso este filme, que me põe a ouvir do lado de fora aquilo que já pensei e ainda não pensei. Cansa e é todo ele um exercício de perversões da inteligência que não faz jus à obra de Soares. Não com um protagonista aleijado que percorre a vida e a cidade como quem se ressente da vida e da cidade. O que eu até acho compreensível, com uma cidade como aquela Lisboa. A fotografia é bonita, contudo, apesar dos olhos arregalados.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Superbactéria vem aí? Nã, já cá está há muito

Seria preocupante esta notícia, se nós por cá não estivéssemos absolutamente dominados por hiperbactérias e megavírus, resistentes e imunes a tudo, com efeitos absolutamente devastadores ao nível da auto-estima nacional, da Educação, das contas públicas e até do meu poder de compra pessoal. Não há antibióticos que as detenham. Eu até acho que o Apocalipse está à porta: fomes, guerras e pragas. Eu pelo menos tenho rogado bastantes, ultimamente. Pragas e alguns palavrões.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
De tempos a tempos...

De vez em quando aparece um livro que dá vontade de ler do princípio ao fim, enquanto os olhos não se cerram de cansaço e de sono, e nem interessa de são livros da Agustina Bessa Luís (boa coisa para os intelectuais, mas que eu não suporto), ou de um sueco morto prematuramente e chamado Stieg Larsson. Pois bem, ando às voltas com a Lisbeth Salander e ando absolutamente deliciada. Há muito que não lia umas coisas envolvendo cyberpunks e a sua atitude de solitário e marginal, com um QI acima da média e habilidades incomuns, e foi com prazer que descobri esta saga Millennium. Vou no segundo volume, traduzido para português como "A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e uma Caixa de Fósforos" e cada vez gosto mais da personagem. Depois de tantos anos a estudar literatura e linguística e a estabelecer - ou a tentar perceber - o conceito de literariedade, eis que mando tudo isso às urtigas, ou a um sítio menos picante mas igualmente desagradável, para me relaxar a perceber a organização mental de uma jovem cyberpunk no limiar da psicopatia. Coooooool!!!