domingo, 26 de fevereiro de 2012

Do passado, do futuro e de sempre

Sexta fui ao Fantas.
Já nem me lembrava de ir. Alguém me recordou dos outroras à porta do Carlos Alberto, amontoados entre vampiros e canibais, à espera da estreia de um qualquer Pesadelo em Elm Street, enquanto o filme que devia ter começado às 22 estava uma hora atrasado e o das 23.30 só começaria lá para a uma da manhã. Eram tempos de algum amadorismo, mas de almas ávidas por filmes gore, cheios de monstros e de sangue a jorrar por todo lado. E havia palmas e assobios quando entravam os vilões e um ambiente como não se experimenta na sessão da pipoca dos grandes centros modernos.

Foi uma sessão dupla, o que depois de 8 horas de aulas e um jantar frugal, que não houve tempo para mais, causou mossa nestas décadas que o meu corpinho já vai acumulando. Mas deu gozo poder gritar a meio do filme: "Olha pra trás!" e bater palmas no fim e rir da coisa surreal que é o "Plano 9 dos Vampiros Zombie". De um realizador que tentava fazer tudo ao primeiro take para não gastar película, temos direito a uma história sem sentido, com diálogos sem pés nem cabeça, atores a embaterem nos cenários, mudanças de dia para noite e de noite para o dia na mesma sequência e as piores naves espaciais da história do cinema, penduradas em fio de pesca. Morreu na miséria e no álcool, não tinha talento absolutamente nenhum, mas os seus filmes tornaram-se clássicos. Edward Wood: o pior realizador de sempre.
De Blade Runner nem vale a pena dizer mais nada. É o filme da minha vida. Ponto. De todas as versões que vi, prefiro a primeira, com a voz off do Harrison Ford, que nos explica no fim que a longevidade de Rachel não estava pré-determinada. Ainda que faltasse apenas isto, já faltava muito.
Spooky...

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