Bem, bem, que dizer acerca do Startrek? Que foi um vício de juventude? Que me apraz que as novas gerações ainda se mantenham, de algum modo, ligadas a esta mitologia trekkie? Pois. Eu vi a série original na velhinha televisão a preto e branco dos meus pais, esperando ansiosamente cada episódio - depois de lhe ter resistido algum tempo, pois substituiu o "Espaço 1999" e aqueles monstros que nos roubavam o sono, escondidos nas sucatas estelares, por onde a lua, sim a lua, passava em total desgoverno. Havia qualquer coisa no "Space, the final frontier." que eu, sem saber inglês, sabia de cor, palavra por palavra, até ao sintacticamente duvidoso split infinitive: "to boldly go where no man has gone before." Há razões para haver uma legião de seguidores desta série já quarentona, mas, sem querer entrar em detalhes, eu gostava mesmo de a ver, sem saber porquê. Os aliens eram sempre diferentes e as narrativas eram de uma moral impecável. A dinâmica Spock/McCoy, a incrível Uhura, o canastrão do capitão Kirk, e todo o resto da família deixavam-me sempre numa angústia tremenda em relação ao seu destino nas estrelas. Redescobri o Startrek com a Next Generation e apaixonei-me totalmente pela fleuma do Capitão Picard, o francês com uma pronúncia britânica perfeita, viciado no seu "Tea. Earl Grey. Hot.", que vim a experimentar também. E até hoje lamento que não tenham sido inventados os Replicators, que me poupariam imenso tempo na confecção da sopa. E do Earl Grey, já agora.
Foi com prazer que assisti, esta semana, a um episódio do CSI que homenageia e parodia esta série. Nada deve ser levado demasiado a sério e a brincar a brincar aprendemos que... Bem, eu faço as minhas aprendizagens aqui e acoli, quem quiser que as faça também.
E como há vida para além da TV, ando a tentar ler "No teu Deserto", de Miguel Sousa Tavares, que por engano (só pode), uma amiga me ofereceu. Devo ser a única pessoa que conheço que achou o "Equador" absolutamente intragável e cheio de erros morfossintácticos, que me doeram como pedras a que desse "topadas", não posso com o autor, que tem sempre um ar avinhado, e estou a fazer o sacrifício de ler este livrinho, porque, enfim, foi oferecido. Pelo menos é fininho. Já penei por mais ou menos 40 páginas e ainda não aconteceu nada: o narrador carregou um jipe, partiu para o deserto, quase que perdia o barco em Algeciras, embarcou e tal. Pelo meio fuma e bebe e, embora não se deva confundir autor com narrador, a verdade é que... são chatinhos os dois. E parece que gostam muito de uísque... É o ar que dá.
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