quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Depois do trabalho

Cada ano que passa, cada dia que se escoa, cada hora que se esgota trazem escassas novidades. As almas humanas sentem o peso de várias dores e ajudam a criar novas dores em outras almas. Mas, ali, onde termina o rio e começa o mar e onde a fusão das águas torna indistintos fim e início, podemos purificar o olhar e acreditar que poentes e nascentes se esboroam, como as águas durienses que correm entre ravinas e buscam as águas atlânticas que as aguardam despreocupadamente.


Como quem percorre uma costa
maravilhado com a abundância do mar,
recompensado pela luz e pelo pródigo espaço, 
eu fui o espetador da tua beleza
durante um longo dia.

Jorge Luís Borges

 

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