Esta era a turma da Mônica, assim mesmo, com o acento e tudo. Li dezenas de BDs desta turminha e deliciei-me com as manias das personagens: a Magali, que comia tudo o que podia, o Cascão, que fugia do banho mais rapidamente que um vampiro (dos a sério) do alho, o Cebolinha, que trocava os erres por eles e tentava infrutiferamente organizar o universo da sua rua e a Mônica que, com o seu coelho, a sua dentuça e o seu mau génio, orquestrava o caos. Pois estes pequenos heróis cresceram e foi corrigido tudo aquilo que os tornou tão apelativos, ou seja, todas as suas falhas e defeitos que os aproximavam de todos os miúdos que, como eu, tiveram a fortuna de crescer e brincar na rua. Agora já não há disso e os miúdos de oito e dez anos já não se deixam seduzir por heróis imperfeitos: adoram vampiros que bebem um sangue artificial e já não se consomem em chamas e cinza perante a luz do sol. E a bonecada das histórias aos quadradinhos tem que ser fashion.
A Magali come comida saudável, pratica desportos aeróbicos e o Cascão, esse incompreendido, virou miúdo dos desportos radicais.
Esta é a Mônica, sem coelho e com scooter cor-de-rosa. Pelos vistos tem uma "amizade colorida" com o Cebolinha... Onde está a "dentuça"?
Este é o Cebola, o diminutivo desapareceu e o defeito da fala também.
Tenho uma amiga que, quando se choca com aquilo que se passa no mundo, termina a discussão com uma expressão que é a súmula daquilo que pensa: "Isto não tem jeito nenhum!"
Faço minhas as palavras dela. Nenhum.
Sem comentários:
Enviar um comentário