quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dias de saudade e nostalgia...

Thank you for the days
Those endless days, those sacred days you gave me
I'm thinking of the days
I won't forget a single day believe me

I bless the light
I bless the light that lights on you believe me
And though you're gone
You're with me every single day believe me

Days I'll remember all my life
Days when you can't see wrong from right
You took my life
But then I knew that very soon you'd leave me
But it's alright
Now I'm not frightened of this world believe me

I wish today could be tomorrow
The night is long
It just brings sorrow let it wait

Thank you for the days
Those endless days, those sacred days you gave me
I'm thinking of the days
I won't forget a single day believe me

Days I'll remember all my life
Days when you can't see wrong from right
You took my life
But then I knew that very soon you'd leave me
But it's alright
Now I'm not frightened of this world believe me

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Tenho um fraquinho pelos surrealistas...

Não devia, pois a maior parte das vezes são absolutamente incompreensíveis. Deve ser por isso mesmo, pois no mundo há coisas que estão - e com toda a justeza - fora da nossa capacidade de compreensão. Mas há algo de terrivelmente sedutor no modo como se pode desconstruir o real e assumir como viável uma nova sintaxe e um novo conjunto de significados e assim o mundo pode muito bem ser aquilo que quisermos ver. Ou sonhar.

Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte
violar-nos
tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas
portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar

Mário Césariny

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Beam me up,...Grissom?!?!

Bem, bem, que dizer acerca do Startrek? Que foi um vício de juventude? Que me apraz que as novas gerações ainda se mantenham, de algum modo, ligadas a esta mitologia trekkie? Pois. Eu vi a série original na velhinha televisão a preto e branco dos meus pais, esperando ansiosamente cada episódio - depois de lhe ter resistido algum tempo, pois substituiu o "Espaço 1999" e aqueles monstros que nos roubavam o sono, escondidos nas sucatas estelares, por onde a lua, sim a lua, passava em total desgoverno. Havia qualquer coisa no "Space, the final frontier." que eu, sem saber inglês, sabia de cor, palavra por palavra, até ao sintacticamente duvidoso split infinitive: "to boldly go where no man has gone before." Há razões para haver uma legião de seguidores desta série já quarentona, mas, sem querer entrar em detalhes, eu gostava mesmo de a ver, sem saber porquê. Os aliens eram sempre diferentes e as narrativas eram de uma moral impecável. A dinâmica Spock/McCoy, a incrível Uhura, o canastrão do capitão Kirk, e todo o resto da família deixavam-me sempre numa angústia tremenda em relação ao seu destino nas estrelas. Redescobri o Startrek com a Next Generation e apaixonei-me totalmente pela fleuma do Capitão Picard, o francês com uma pronúncia britânica perfeita, viciado no seu "Tea. Earl Grey. Hot.", que vim a experimentar também. E até hoje lamento que não tenham sido inventados os Replicators, que me poupariam imenso tempo na confecção da sopa. E do Earl Grey, já agora.

Foi com prazer que assisti, esta semana, a um episódio do CSI que homenageia e parodia esta série. Nada deve ser levado demasiado a sério e a brincar a brincar aprendemos que... Bem, eu faço as minhas aprendizagens aqui e acoli, quem quiser que as faça também.
E como há vida para além da TV, ando a tentar ler "No teu Deserto", de Miguel Sousa Tavares, que por engano (só pode), uma amiga me ofereceu. Devo ser a única pessoa que conheço que achou o "Equador" absolutamente intragável e cheio de erros morfossintácticos, que me doeram como pedras a que desse "topadas", não posso com o autor, que tem sempre um ar avinhado, e estou a fazer o sacrifício de ler este livrinho, porque, enfim, foi oferecido. Pelo menos é fininho. Já penei por mais ou menos 40 páginas e ainda não aconteceu nada: o narrador carregou um jipe, partiu para o deserto, quase que perdia o barco em Algeciras, embarcou e tal. Pelo meio fuma e bebe e, embora não se deva confundir autor com narrador, a verdade é que... são chatinhos os dois. E parece que gostam muito de uísque... É o ar que dá.